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Deu a louca na chuva. E no tempo. A natureza resolveu contra-atacar e o 2º Distrito Meteorológico (2º Disme), vinculado ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), atesta que Belém não é mais ‘a cidade da chuva das duas’. O meteorologista José Raimundo Abreu de Sousa afirma que nos últimos quatro anos, não é preciso mais esperar para sair depois daquele pau d’água que arriava após o almoço, porque a chuva nossa de cada dia alterou o próprio relógio climático e agora desaba depois das 16 horas.

Na verdade, agora existe um período em que se pode esperar pela chuva paraense. A possibilidade de enfrentar um senhor ‘toró’ é maior entre 16 e 18 horas. Muitas vezes, segundo o chefe do 2º Disme, a tempestade só cai mesmo à noite. É o aquecimento global, agora dando as cartas na Amazônia. A mudança de horário da chuva nem é tão grave assim. Mas o aumento da temperatura nos meses mais chuvosos do ano, sim.

A temperatura em Belém está entre 0,5 a 1 grau mais alta do que a média histórica dos últimos 30 anos. Na região Nordeste do Estado, o aumento chega a 0,8 a 1,2 grau. José Raimundo Abreu de Sousa esclareceu que o Instituto Nacional de Meteorologia na região ainda vai precisar sistematizar essas informações em um trabalho científico, mais sólido, a partir dos dados disponíveis. A pesquisa, com toda a precisão necessária, deve ser feita ainda neste ano e vai analisar a mudança no mecanismo da chuva.